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A pandemia nos ajudou a olhar melhor e com mais coragem para os riscos

No âmbito da tecnologia, as mudanças foram assustadoras

26 de agosto de 2022 10:19
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Melhorar a vida das pessoas e transformar as cidades: este é o propósito do ICI – Instituto das Cidades Inteligentes, organização que atua ...

*Por Mauricio Pimentel

Quase todas as empresas retomaram as suas operações presenciais, seja voltando ao modelo de modo definitivo, seja adaptando para híbrido. Isso porque aprendemos, durante a pandemia, quão acertada é a afirmação de que somos seres políticos, e qual o valor social e de relacionamento do trabalho. E nesse movimento de retorno, retomada ou de formalização de mudanças acabamos nos dando conta de quanta coisa aprendemos, experimentamos, adotamos.

No âmbito da tecnologia, as mudanças foram assustadoras. Quebras de paradigmas, revisão de políticas e processos, vistas grossas a alguns princípios fizeram parte do cotidiano da TI nesse tempo de crescimento significativo das oportunidades, do papel e dos negócios dessa área.

Uma das evoluções que tem me impressionado é como passamos a lidar com o que era tido como altos riscos corporativos e estratégicos. Nesses dois anos, tivemos que tomar decisões duras e quase impensáveis nos paradigmas anteriores, por exemplo: abrir uma quantidade enorme de VPNs, liberar um pouco mais os acessos, permitir a entrada de equipamentos estranhos na rede, adoção de ferramentas novas, adoção de novos modelos de compartilhamento e colaboração de dados ou arquivos, distribuição de processos.

E o mais impressionante, na minha opinião, é que embora tenha havido problemas, no geral, aprendemos muito sobre os riscos de TI e de negócio. Entendemos que nem sempre a maior segurança possível é a melhor segurança possível. Experimentamos tecnologias novas que nos ajudaram a substituir sistemas legados maduros, estáveis e conhecidos pela corporação, por vezes pelo simples fato de que não eram mais compatíveis com o novo cenário de negócios, de tecnologia ou de teletrabalho.

Adotamos práticas novas, tais como deixar o DBA trabalhando em casa ou o desenvolvedor acessando código e ambiente da praia.

Fato é que exploramos novas formas e novos critérios, e aqui, pouco importa se o fizemos porque quisemos ou porque fomos forçados, relevante de fato é que fizemos e descobrimos, entendemos, avaliamos, questionamos e realizamos mudanças assumindo riscos que não considerávamos até então. E isso foi bom!

Foi bom revisitarmos as políticas, foi bom atualizarmos práticas, foi bom voltarmos a conversas com fornecedores, foi bom termos que expor na rede alguns dos nossos sistemas, foi de fato bom olharmos para o nosso patrimônio computacional a partir de um novo ponto de vista: o da continuidade da operação em meio a uma pandemia e da maior incerteza que muitos de nós já viveram.

Não quero aqui defender que devamos relaxar, mas sim que devemos continuamente revitalizar nossas crenças, decisões e paradigmas de modo a criarmos melhores e mais profundas convicções estratégicas que nos levem a planos e decisões mais firmes e calcadas em substituição ao velho “é assim que fazemos há anos”, pensamento que afoga no nascedouro as iniciativas de inovação, mudança e melhoria.

Por isso, tenho comigo a convicção de que vivenciamos melhor todo esse novo cenário, nos apropriamos de novos olhares e entendimentos, estamos mais fortes e prontos para novos riscos, e isso é muito bom.

*Mauricio Pimentel é diretor de Sistemas e Inovação no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI)

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