Publicidade

Tecnologia e necessidades básicas: equilibrando prioridades na gestão pública

*Por Stella Carvalho Saneamento básico, moradia e fome são necessidades básicas, urgentes e que exigem ações prioritárias. Por outro lado, vemos a tecnologia ocupando um lugar de destaque nos governos, uma vez que tem potencial de transformar a maneira como os desafios da administração pública são enfrentados. A questão que se coloca é: como equilibrar […]

12 de julho de 2024 16:08
por:

Melhorar a vida das pessoas e transformar as cidades: este é o propósito do ICI – Instituto das Cidades Inteligentes, organização que atua ...

*Por Stella Carvalho

Saneamento básico, moradia e fome são necessidades básicas, urgentes e que exigem ações prioritárias. Por outro lado, vemos a tecnologia ocupando um lugar de destaque nos governos, uma vez que tem potencial de transformar a maneira como os desafios da administração pública são enfrentados. A questão que se coloca é: como equilibrar a priorização das necessidades básicas com o investimento em tecnologia, de modo a garantir que ambas as áreas sejam adequadamente atendidas, com suas importâncias e urgências respeitadas?


Precisamos compreender que a tecnologia na gestão pública tem o papel de aperfeiçoar processos, melhorar a eficiência e ampliar o alcance dos serviços públicos. Em cidades inteligentes, essa integração é ainda mais pronunciada, pois a tecnologia não deve ser vista como uma concorrente das necessidades básicas, mas como uma aliada para potencializar as soluções desses problemas.


Por este motivo, a priorização entre necessidades básicas e investimento em tecnologia deve ser feita com base em uma análise estratégica que considere o impacto de cada ação. Em curto prazo, é imprescindível que as necessidades mais urgentes sejam atendidas. Simultaneamente, o investimento em tecnologia deve ser implementado de forma a proporcionar soluções sustentáveis em longo prazo.


No combate à fome, a tecnologia oferece sistemas de monitoramento de dados para identificação de áreas necessitadas, plataformas digitais já conectam doadores diretamente com organizações que distribuem alimentos, melhorando a logística e reduzindo o desperdício. Além disso, tecnologias agrícolas avançadas, como a agricultura de precisão e a hidroponia, podem aumentar a produtividade e garantir um fornecimento constante de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar global.


Na área da habitação, já vemos o uso da tecnologia revolucionando a forma como as casas são construídas. Por exemplo, as impressoras 3D estão possibilitando a construção de casas de forma rápida e econômica. Além disso, materiais sustentáveis e métodos de construção modular estão ganhando espaço, o que não só torna as habitações mais acessíveis, mas também mais eficientes. Com o auxílio de plataformas de mapeamento digital, é possível identificar terrenos adequados para novos projetos habitacionais, otimizando o uso do espaço urbano.


Já no setor de saneamento básico, a tecnologia tem desempenhado um papel importantíssimo com uso de sensores inteligentes, que possuem a capacidade de monitorar a qualidade da água em tempo real, detectando contaminações e permitindo intervenções rápidas. A implantação de sistemas de gestão de água baseados em tecnologia de dados tem melhorado a distribuição e reduzido perdas.

Na mobilidade urbana, soluções como transporte público eficiente e acessível e a oferta de sistemas de bicicletas compartilhadas reduzem o tempo e o custo de deslocamento, promovendo maior inclusão social.


A tecnologia na gestão pública também pode ser utilizada para aumentar a segurança nas áreas mais vulneráveis. Sistemas de monitoramento e vigilância, quando implementados de forma ética e respeitando a privacidade, podem ajudar a reduzir a criminalidade e aumentar a sensação de segurança. Aplicativos de denúncia anônima e sistemas de resposta rápida são exemplos de como a tecnologia pode contribuir para uma cidade mais segura.


Em resumo, independentemente da área da administração pública, investir em tecnologia não deve ser visto como uma alternativa à resolução das necessidades básicas, mas como uma ferramenta essencial para potencializar essas soluções. Ao integrar tecnologia de forma estratégica na gestão pública, é possível não só atender às demandas imediatas da população, mas também construir cidades mais inclusivas e sustentáveis para todos os seus habitantes.

*Stella Carvalho é analista de comunicação no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).
Bacharel em Direito pela UniDomBosco, cursa MBA em Marketing no MBA USP/Esalq.

Publicidade

Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito