Ao longo do último mês, começamos a escutar o nome de Taiwan na mídia devido aos atritos com a China e o caos que causaria no mundo este possível conflito.

A República de Taiwan foi fundada 1949 por meio do exílio de oposicionistas do governo comunista chinês. A primeira fase do seu desenvolvimento foi baseada na estratégia de mão de obra barata para produção de tecidos, sapatos e eletrônicos de baixa complexidade. Era um estado pobre com uma renda média inferior a brasileira.

Com o passar do tempo, esta estratégia foi se enfraquecendo à medida que a ilha ia prosperando e os salários aumentavam, com isso, foi necessário repensar o modelo de desenvolvimento econômico. Este passou a se concentrar em produtos de alto valor agregado.

Para que isso acontecesse, em um primeiro momento investiram pesadamente na educação de qualidade e técnica e – ao lado das duas melhores universidades do pais – criaram o Parque cientifico de HSINCHU. Investiram fortemente em um modelo de incentivo a P&D e produção subsidiada a custos baixos, as pequenas e médias empresas receberiam suporte financeiro para gastos em inovação afim de promover a inovação local.

Com isto floresceram várias pequenas e médias empresas de tecnologia e, em menos de duas décadas, o redor do parque científico de HSINCHU tornou-se um dos hubs de inovação mais bem sucedidos do mundo.

Hoje o mundo se curva para Taiwan pois, sem sua tecnologia e produção de semicondutores, que são o cérebro de todas as tecnologias modernas, o mundo para! Eles que conectam o mundo físico com digital e são a “mãe” de todas as tecnologias, portanto muito importante para a autonomia tecnológica de qualquer nação.

Atualmente, mais de 70% dos semicondutores mais avançados do mundo são feitos lá, os microchips utilizados nos Iphones e Macbooks, 90% dos notebooks do mundo, microchips para Inteligência Artificial, Caças militares, computação na nuvem, tudo vem de lá. Com isto eles criaram um verdadeiro “Escudo invisível de Silício” perante seus inimigos e opositores.

E o Brasil? Temos total capacidade de através da inovação criarmos a nossa arma de defesa perante o mundo. Nossa “bomba atômica do bem”. Dominamos uma série de tecnologias do Agro, da biotecnologia, da nossa fauna e flora, entre outros. Precisamos nos posicionar, aproveitar as oportunidades e trabalhar firme para conseguirmos criar esta vantagem competitiva perante ao mundo.