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A PEC do Assalto

Imposto é roubo e a discussão atual no Brasil é o quanto aceitamos ser roubados?

21 de novembro de 2022 14:23
por:

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*Nilmar João dos Santos

Imposto é roubo e a discussão atual no Brasil é o quanto aceitamos ser roubados? O Estado tem o poder de lhe coagir e tomar de assalto para financiar o aumento do poder do Estado sobre você mesmo.

Assim como um rei absolutista, que tinha poder sobre seus súditos, atualmente quem assume o Estado grande passa a ter cada vez mais poder sobre as nossas vidas e nosso futuro. A PEC do Teto foi criada para limitar o aumento do gasto público e limitar este poder. E no futuro gerar uma folga para reduzir a carga tributária e aumentar a competitividade das nossas empresas e o agronegócio no cenário internacional. Nas últimas eleições, ficou bem evidente a divisão dos eleitores. De um lado, as pessoas que querem mais liberdade e menor peso do Estado sobre elas e, do outro, as pessoas que querem o Estado seja grande e poderoso para fazer a “justiça social”.

Independente do governo, o Estado sempre vai roubar do você. A questão que se discute é o tamanho do assalto e como irão fazer. Com a chamada PEC da transição, o governo Lula quer nos assaltar em R$ 200 bilhões para dar auxílio de R$ 600 e outras benesses. É estranho um aumento tão alto no orçamento, pois o mesmo benefício era proposto pelo outro governo com um orçamento de R$ 41 bilhões.

Por que uma diferença tão grande entre duas propostas para se pagar o mesmo benefício de R$ 600?

Simples de explicar: o benefício dos R$ 600 e o aumento real dos salários são pautas de apelo popular defendida por ambos os lados. Mas vejam como a proposta visa manipular a opinião pública e evitar que congressistas se opunham ao objetivo de financiar o aumento do Estado.

Segundo site do Poder 360 (https://www.poder360.com.br/governo/governo-prepara-pec-para-mudar-teto-de-gastos/), na proposta da equipe do governo Bolsonaro, o objetivo era entregar os benefícios de R$ 600 do Auxílio Brasil diretamente para as pessoas com a arrecadação das privatizações e aumento gradual da arrecadação que haveria com o crescimento do PIB. Reduzindo gradualmente a proporção do assalto feito pelo Estado em relação à riqueza gerada. Os R$ 41 bilhões das privatizações (assaltados em anos anteriores pelo Estado) seriam devolvidos à economia beneficiando os mais humildes. Uma ação que juntamente com o aperto fiscal, geraria um efeito multiplicador de crescimento econômico duradouro, resultando em emprego e renda para as pessoas não dependerem do Estado.

Segundo a Folha de São Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/11/equipe-de-lula-vai-propor-de-pec-da-transicao-para-autorizar-gastos-extras-em-2023.shtml), o valor do assalto “ainda não está definido, mas prioridade é garantir benefícios sociais”. O que chama a atenção é que os mafiosos se passam por bem feitores, que garantem e proporcionam benesses à população humilde e desprotegida. Na verdade, eles exploram a mentalidade vitimista ou altruísta que toda pessoa tem, mas que somente pessoas esclarecidas conseguem se desvencilhar, vejam a frase de efeito: “A chamada PEC da transição é necessária para evitar um apagão social no ano que vem…”, e que é urgente somente para o ano de 2023. Todos os anos ouvimos uma desculpa de algo emergencial, excepcional tem para justificar mudança de regras e aumento do assalto.

Segundo a matéria, auxílio Brasil, SUS, merenda e habitação são prioridades, ou seja, uma estratégia para gerar mais dependência do Estado. O estranho é que estes gastos estão apenas sendo mantidos conforme o orçamento anterior mais a inflação. Mas o discurso manipulador faz surgir um cenário de vítimas da falta de orçamento de recursos.

Qual a finalidade deste discurso criador de vítimas? Por que não reduzir os impostos e deixar que cada pessoa escolha como gastar o seu dinheiro?

As pessoas sabem muito melhor como gastar o dinheiro que ganham. Conforme duas matérias da revista Veja (https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/carrinho-vazio-o-inesperado-efeito-do-auxilio-brasil-nos-supermercados/), com o Auxílio Brasil de R$ 600 pago a partir de agosto, esperava-se um aumento nas vendas em supermercados em gêneros de necessidade básicas, devido à propagada fome e miséria que assolava o Brasil nesta época. Como não ocorreu o aumento de vendas no supermercado, acreditava-se que o dinheiro estava sendo usado para pagar dívidas. Conforme matéria da Veja (https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/o-surpreendente-destino-das-parcelas-do-auxilio-brasil-na-economia/), o Banco Credit Suisse sinalizou que no mesmo período se registrou um significativo aumento de 29% nas vendas de celulares em shoppings.

Segundo o G1 (https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/09/24/datafolha-3-em-cada-4-beneficiarios-do-auxilio-brasil-usam-o-dinheiro-para-comprar-comida.ghtml) o DataFolha entrevistou 6.754 pessoas, onde, 76% delas afirmaram que usaram o benefício para comprar comida. Também, se apurou que 27% declararam que o benefício é insuficiente. Por que as pessoas respondem uma coisa na pesquisa e se constata outra na economia? Simples, as pessoas querem que o benefício continue ou seja aumentado, elas sabem que a resposta vai influenciar uma decisão política em favor delas. Os R$ 600 complementam a renda delas, que as permite consumir mais. Conclui-se que o problema da fome era um discurso manipulativo, onde a esquerda o usa para convencer que o Estado é o grande solucionador deste problema.

O documentário da BBC “O que pensam eleitores do Ceará, onde Bolsonaro tenta virada”, disponível em https://youtu.be/K3Ap3YCH9DU , pode comprovar como funciona a manipulação, e como as pessoas argumentam sobre suas escolhas políticas.

As pessoas, mesmo as mais simples, sabem melhor que o burocrata do Estado onde gastar o dinheiro delas. Por que você deve ser assaltado para depois o Estado reverter em serviços gratuitos e ineficientes?

Considerando os protestos desde 2013 contra o aumento da tarifa de ônibus, depois contra os escândalos de corrupção expostos pela Lava Jato, os protestos dos caminhoneiros em 2016, e agora as manifestações de novembro de 2022. Em cada manifestação, rapidamente cria-se uma comoção entre as pessoas, percebe-se uma facilidade enorme de se juntar e engrossar as manifestações. Por que isto acontece? Existe o sentimento de protestar contra o sistema. Alguns líderes se tornaram símbolos de luta contra o sistema. Por outro lado, também percebemos muitos setores da mídia tentando desqualificar as manifestações e não enxergam o óbvio.

As pessoas que estão manifestando, são as pessoas inconformadas, não aceitam mais o discurso manipulativo de “justiça social” com o objetivo de justificar o assalto promovido pelo Estado mafioso. Muitas destas pessoas sabem que este discurso é usado para ganhar os votos de pessoas simples. A esquerda usa um jogo psicológico, induzindo as pessoas para a condição de vítimas, que precisam ser salvas pelo Estado governado pela esquerda. Muito conveniente.

Percebe-se que, quando há uma vontade honesta de ajudar a maioria das pessoas a equipe do governo pode ser muito criativa. De um lado buscando-se uma política fiscal austera, evitando aumento de impostos para incentivar a economia de forma ampla onde todos ganham e, por outro lado, atender as pessoas desassistidas como a proposta da equipe econômica atual. Quando a proposta é se perpetuar no poder, qualquer desculpa de aumento de impostos surge.

Muitos acreditam que as pessoas estão protestando em favor do Bolsonaro, contra Lula ou pela intervenção militar, mas na verdade estas as soluções em que as pessoas acreditam funcionar contra o Estado mafioso que assalta os brasileiros. Para mim, as pessoas protestam agora contra a tomada de poder por uma aristocracia pública, aliados a políticos de esquerda, uma mídia manipuladora, e uma elite que vive das vantagens que o Estado proporciona e que busca sugar a riqueza da sociedade. A primeira ação coloca em prática é A PEC do Assalto.

Todas estas manifestações e este são um aviso aos políticos, a exemplo do que já foi dado nas urnas para deputados que traem esta causa. E exemplo de 2018, onde campeões de votos se elegeram com o discurso de apoio a Bolsonaro, ao mudar de lado receberam o recado das urnas em 2022. Aos que se elegeram este ano e apoiarem o aumento do assalto feito pelo Estado, poderão em 2026 ter o mesmo fim.

*Nilmar é Bacharel em Administração e Especialista em Docência do Ensino Superior

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