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Vivemos um momento muito desafiador do nosso país no que diz respeito à empregabilidade. Na área tecnológica, por exemplo, temos milhares de empregos em aberto nas mais diversas especialidades e competências, com salários dignos e boas condições de trabalho. Do outro lado, no Brasil, temos uma massa enorme de pessoas desempregadas e ou alocadas em […]
Vivemos um momento muito desafiador do nosso país no que diz respeito à empregabilidade. Na área tecnológica, por exemplo, temos milhares de empregos em aberto nas mais diversas especialidades e competências, com salários dignos e boas condições de trabalho. Do outro lado, no Brasil, temos uma massa enorme de pessoas desempregadas e ou alocadas em sub-empregos.
Recentemente eu e o jornalista e empresário da área de comunicação Rodrigo Lóssio organizamos um livro chamado “Ponte para a Inovação: Como criar um ecossistema empreendedor”. Nele, apontamos os 32 vetores do desenvolvimento de um dos hubs de inovação mais completos do país, tendo Florianópolis no pano de fundo. Destinamos todos os recursos das vendas deste projeto para formação na área tecnológica de pessoas, com atenção especial a mulheres, em situação de vulnerabilidade social. Para isto, fizemos contato e parcerias com diversas instituições sociais. Procuramos programas para apoiar diretamente e contribuir na jornada de formação de talentos para o setor tecnológico da grande Florianópolis. Mesmo intensificando a comunicação nestas instituições, nos deparamos com uma triste realidade: quase a totalidade das pessoas atendidas por estes programas, por questões sociais e sobretudo de formação básica educacional, não conseguiram atender os requisitos básicos necessários na prova classificatória de um dos programas de capacitação de desenvolvedores que estamos apoiando em parceria com o SENAI/SC e ACATE. Isso é muito triste.
A pandemia sanitária fez este abismo intelectual e social só aumentar. Se para jovens bem formados já é um grande desafio, visto que, segundo a Singularity University, do Vale do Silício, mais de 64% das profissões atuais serão extintas quando as atuais crianças chegarem no mercado de trabalho. Imagina para jovens de famílias em vulnerabilidade social que sofrem com os impactos mais básicos da crise econômica e social, como a fome.
Na gestão desta crise, nossos governantes não podem direcionar suas ações de combate a pobreza somente por meio de auxílios emergenciais – é imperativo investir no futuro dos nossos jovens e talentos. Temos vários exemplos país afora de iniciativas neste sentido. É preciso trocar a grade curricular desde o ensino fundamental, com o reforço das disciplinas de lógica, robótica e empreendedorismo, e a sensibilização e qualificação dos professores neste rumo. A partir do ensino médio, intensificar estas formações bem como conectar os alunos a projetos de incubadoras de negócios. Aproximar os jovens do mercado de trabalho por meio do contato com empresas incentivando os professores a participarem dos projetos.
A educação dirigida para a empregabilidade e o empreendedorismo misturados com a inovação são as únicas formas de mudarmos a nossa realidade. Minha família é um exemplo disto. Meu avó era pipoqueiro, meu pai por muito tempo vendia doces de porta em porta. Estudou, se formou, e mudou a realidade da nossa família. Esta é a minha esperança de dias (anos e décadas) melhores para o nosso país.
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito