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Quem tem medo da regulação da Inteligência Artificial?

Conheça vantagens que podemos obter da regulação da IA

10 de junho de 2024 13:46
por:

Maria Luiza Reis é uma engenheira mecânica e PhD em Engenharia Nuclear, cuja carreira em tecnologia começou cedo e se destacou por sua contrib...

Cursei engenharia nuclear na graduação e no doutorado. Na minha formação, sempre estive a mecanismos de regulação por conta dos riscos e dos benefícios da tecnologia nuclear. Sempre é bom lembrar que, sem benefícios, não tem porque investir em uma tecnologia. Para exemplificar, a engenharia nuclear atua na produção energética limpa e compacta, no uso da radiação em exames médicos e na agricultura com inúmeras aplicações e benefícios para a sociedade.


Nas indústrias mais inovadoras do planeta, a regulação por agências públicas ou de conselhos profissionais é uma constante. Em geral, percebe-se que grandes empresas até gostam da regulação, porque mantem distância de empresas que estão começando, porque limita as responsabilidades de questões não previstas e, principalmente, porque mostra sua boa fé para a sociedade. Ninguém faz regulação sem precisar. A regulação é um mecanismo da sociedade para se proteger. É uma boa coisa.


Na contramão dessa realidade da indústria em geral, as grandes empresas de tecnologia tem uma postura diferente: as Big Techs não gostam de regulação. Não tenho uma opinião formada das razões que afastam a TI da regulação, talvez porque seja uma tecnologia em constante evolução ou talvez por conta de um ambiente muito competitivo em que o domínio de mercado pode mudar de mãos a qualquer momento. O fato é que não parece fácil estabelecer um debate livre sobre o tema, afinal os espaço de debates, as redes sociais, são exatamente os domínios das Big Techs.


Dito isso, vou apresentar algumas vantagens podemos obter da regulação da inteligência artificial:
A inteligência artificial está transformando rapidamente o mundo, e a necessidade de regulamentação é um tópico amplamente discutido. Embora possa parecer polêmico, a busca por leis e agências reguladoras para a IA é, na verdade, consensual. Recentemente, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, uma resolução que destaca a importância de garantir que a IA não seja usada para prejudicar a paz ou reprimir direitos humanos. Alguns pontos são frequentemente levantados pelos especialistas:

  1. O avanço da IA pode acentuar as desigualdades econômicas entre países e dentro deles. É crucial que as regulamentações busquem mitigar esses impactos, promovendo um uso equitativo e inclusivo da tecnologia.
  2. A IA pode ser usada para monitorar, controlar e até violar os direitos fundamentais das pessoas. Regulamentações devem proteger os direitos individuais, garantindo que a IA seja usada de maneira ética e transparente.
  3. A automação militar e a cibersegurança são áreas em que a IA desempenha um papel significativo. Regulamentações devem abordar esses riscos, evitando o uso irresponsável da tecnologia em conflitos armados.
  4. A IA afeta diretamente os consumidores, desde chatbots em atendimento ao cliente até sistemas de recomendação. Regulamentações devem garantir a transparência, a privacidade e a segurança dos usuários.
  5. A IA pode gerar criações originais, levantando questões sobre quem detém os direitos autorais. Regulamentações devem abordar essas complexidades, incentivando a inovação sem prejudicar os criadores.
  6. Decisões automatizadas baseadas em IA podem afetar os mercados financeiros. Regulamentações devem considerar a estabilidade econômica e evitar riscos sistêmicos.

Apesar dos desafios, a IA é uma realidade inegável. Empresas de tecnologia e associações deveriam participar ativamente dos debates sobre regulamentação, mostrando que o Brasil está comprometido com o desenvolvimento responsável da IA. Queremos uma IA rastreável, ética e que trabalhe em conjunto com os seres humanos para um futuro melhor, mas acredito que a regulamentação é um passo fundamental para garantir que a IA beneficie a humanidade, promovendo conforto, prosperidade e justiça. Vamos abraçar esse caminho e construir um futuro tecnológico responsável e ético!


Notícias sobre o tema:
https://news.un.org/pt/story/2024/03/1829446
https://cryptoid.com.br/inteligencia-artificial/nist-apresenta-aria-programa-para analisar-riscos-da-ia-no-mundo-real/
https://cryptoid.com.br/criptografia-identificacao-digital-id-biometria/deepfake-audio manipulado-por-ia-e-midias-sociais-comprometidas-crescem-em-2024/

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