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O papel do associativismo na era da tecnologia e inovação
Costumo dizer que ninguém constrói nada grande sozinho. E, no mundo da inovação, isso é ainda mais verdade. Ecossistemas fortes não surgem apenas de belas apresentações ou de salas high-tech, mas da confiança que une as pessoas. E essa confiança, no Brasil, tem um nome que carrego no peito: associativismo.
Muita gente ainda pensa que associativismo é só frequentar reuniões ou pagar anuidades. Mas para mim, vai muito além. Associativismo é cultura. É o entendimento de que, quando o vizinho prospera, todo o território ganha. É ter coragem de dividir aprendizados, números, estratégias e até fragilidades, porque se acredita que, juntos, podemos chegar mais longe. É saber que compartilhar conhecimento não nos empobrece — nos enriquece. Que somar esforços não diminui ninguém, só multiplica possibilidades.
Já percorri centenas de ecossistemas no Brasil e pelo mundo. E há sempre algo em comum nos que dão certo: gente que se importa. Gente que madruga para participar de reunião porque acredita no potencial do seu território. Gente que briga pelas causas coletivas, mesmo quando seria mais confortável ficar quieto. Gente que entende que inovação é verbo coletivo. Ecossistemas fortes não nascem de PowerPoints. Nascem de relações de confiança, cultivadas todos os dias, muitas vezes nos bastidores que poucos enxergam.
Um dos ativos mais preciosos que um território pode ter é a confiança social. E confiança não se compra, não se impõe por decreto. Ela nasce de encontros, de cafés fora de hora, de resolver problemas lado a lado, de telefonemas trocados no meio da noite quando algo aperta. O associativismo constrói essa confiança. Ele dá voz única para defender causas legítimas. Cria redes de apoio quando as coisas apertam. E, acima de tudo, oferece espaços seguros onde boas ideias encontram terreno fértil para virar soluções reais.
É nesses espaços que surgem as parcerias improváveis, as trocas sinceras de conhecimento, as agendas comuns que transformam projetos antes inimagináveis em realidade. Sem associativismo, a inovação corre o risco de virar espetáculo isolado, bonito, mas estéril. O associativismo é o bastidor que ninguém vê, mas sem o qual nada acontece de fato. Não sai no jornal quem ficou até tarde alinhando pautas, resolvendo picuinhas ou mediando conflitos. Mas são essas pessoas, muitas vezes voluntárias, que levantam os alicerces sobre os quais se constroem ecossistemas sólidos.
Para mim, associativismo é generosidade. É plantar árvores sabendo que talvez não vá se sentar à sombra delas. Mas com a certeza de que, se ninguém plantar, não haverá sombra para ninguém. Cada reunião, cada fórum, cada debate vale a pena porque ali se constrói algo muito maior que resultados imediatos: se constrói legado.
Vivemos tempos de incertezas profundas. E justamente por isso, o associativismo nunca foi tão necessário. Ele é quem nos conecta, dá força para defender interesses legítimos, cria pontes para oportunidades futuras. Por isso, se você é empresário, gestor público, pesquisador, empreendedor, ou apenas alguém que se importa com o lugar onde vive, não fique só no seu quadrado. Procure uma entidade. Participe. Questione. Compartilhe. Escute. Contribua. Porque ninguém constrói um ecossistema forte sozinho. E quando construímos juntos, construímos algo que dura.
“Inovar é um ato coletivo. E o associativismo é a trilha que leva a gente até lá.”
Daniel Leipnitz
Empreendedor, conselheiro e apaixonado por conectar pessoas, ideias e territórios.
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito