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Inteligência artificial: como vencer o medo de ser substituído por um robô

Especialista em tecnologia ressalta que, com a automação em massa, o ser humano será liberto de atividades mecânicas, focando na essência da espécie: a criatividade

4 de julho de 2025 21:39

O Brasil e o mundo vivem uma espécie de epidemia de síndrome de burnout, conforme apontam levantamentos de diversas fontes. Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho indicam que três em cada dez trabalhadores no país sofrem com a síndrome, consequência direta do excesso de sobrecarga laboral. Desde 2022, o burnout é reconhecido como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Percebemos, então, que é preciso um outro olhar sobre as inovações tecnológicas. Em um momento em que a inteligência artificial avança, e amedronta profissionais temorosos de perder colocação no mercado, o medo de ser substituído por um robô deve ser trocado por uma nova perspectiva. A automação em massa e a inteligência artificial representam oportunidade histórica de libertação, afirma o CEO do Atomic Group, Filipe Bento.

“O ser humano não vai precisar ser mais escravizado. Essa coisa de [a tecnologia] substituir humano ou não substituir humano… Eu ouvi uma frase de um executivo de uma big tech do Vale do Silício que dizia: toda vez que você coloca um ser humano para fazer aquilo que você não gostaria de fazer, você está escravizando esse ser humano. O robô nada mais é do que um escravo. É melhor escravizar uma máquina ou um ser humano?”, reflete.

Filipe Bento, especialista e empresário no mercado de tecnologia, atua também como mentor de empreendedores em busca de impulsionamento de seus negócios e carreiras. Em vez de temer a substituição, Bento propõe uma nova visão: a da tecnologia como uma aliada para um futuro de mais dignidade, liberdade e prosperidade.

O especialista não ignora os abalos que inovações como inteligência artificial provocam. Relatório do Fórum Econômico Mundial lançado neste ano calcula que 92 milhões de empregos serão destituídos até 2030, por causa da automação em massa. Por outro lado, no mesmo período, 170 milhões de novos empregos deverão surgir. Ou seja, há um saldo positivo de 78 milhões no horizonte.

No lugar do temor, a recomendação é se preparar. O mesmo relatório do Fórum Econômico Mundial adverte ser necessário “melhorar a qualificação das forças de trabalho, urgentemente”. Os novos postos de trabalho exigirão habilidades como criatividade, pensamento crítico e liderança – competências essencialmente humanas, e não mecânicas.

As atividades operacionais, estas ficarão com robôs. Bento observa que essa automação intensiva no mercado de trabalho já é uma realidade: robôs garçons, assistentes virtuais e sistemas autônomos estão se expandindo em feiras e mercados na Ásia e na Europa. “Essa onda deve chegar cada vez mais rápido ao Brasil”, avalia.

Assim, continua, “quanto mais rápido aceitarmos essa transformação, mais rápido vamos trabalhar a educação para que as pessoas ocupem os novos empregos. Vamos chegar a um grau de prosperidade em que haverá dinheiro sobrando para cuidar das pessoas”. O especialista enumera alguns desses impactos.

A libertação do trabalho repetitivo e braçal é um deles. “Tarefas operacionais passam para as máquinas, liberando os profissionais para atuar de maneira estratégica e criativa”. Também, a redistribuição de renda. “A prosperidade gerada pela eficiência das máquinas poderá, com políticas adequadas, reduzir as disparidades econômicas globais.” Relatório recente da McKinsey indica que a IA deve gerar US$ 12 trilhões em valor econômico global.

Por fim, um impacto não menos importante: uma “revolução na educação”. No entanto, para se concretizar, ela quer requer mudanças nos modelos de ensino. “O foco dos sistemas educacionais precisa migrar para o desenvolvimento de habilidades de inovação, adaptabilidade e solução de problemas, preparando profissionais para esse novo mercado”, considera o CEO do Atomic Group.

*Assessoria

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