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Distritos de inovação, apoiados pelos ecossistemas de inovação e living labs, indicam caminhos que as smart cities podem trilhar.
Quando se fala de cidades inteligentes, o conceito envolve um conjunto de atores que precisa coexistir e trabalhar em conjunto. É o que acontece nos “living labs” de cidades como Curitiba e Florianópolis. “Para desenvolver o chamado modelo de inovação com a tripla hélice, é preciso união entre o poder público, a iniciativa privada e a academia. Tipicamente, nós precisamos de um habitat de inovação, um local que as pessoas frequentem para trocar e construir juntas o ecossistema de inovação. Estamos falando de fomentar a economia do conhecimento nas cidades”, afirma Eduardo Mazzarolo Marques, sócio-diretor e diretor de estratégia do hub de negócios iCities.
O termo “ecossistema” carrega uma inevitável metáfora com a natureza, já que ecossistemas naturais reúnem elementos que coexistem em equilíbrio para que a vida prospere. “Os living labs são criados para proporcionar o desenvolvimento econômico e sustentável. Com pilar social, econômico e de meio ambiente. Isso tem tudo a ver com uma smart city que se desenvolve de maneira sustentável. Não existe um tamanho ideal, mas eles acabam sendo delimitados pelas fronteiras municipais. Isso talvez explique porque São Paulo com seus 13 milhões de habitantes não tem um ecossistema nos mesmos moldes. É grande demais. Talvez fossem necessários quatro ecossistemas, pelas zonas da cidade”, analisa Marcus Rocha, CEO da 2Grow Habitat de Inovação e professor do programa de capacitação Smart City Expert.
Segundo o especialista, é preciso que os negócios prosperem para que as pessoas tenham empregos de qualidade, suficientes para que a cidade se desenvolva de forma mais organizada, para que o meio ambiente seja preservado, e assim por diante. “O ecossistema de inovação busca fazer com que a economia do local cresça de forma equilibrada, para que a cidade também possa crescer, diminuindo desigualdades e distribuindo riquezas. Quando falamos em ecossistemas de inovação, não podemos deixar de lado a questão da adaptabilidade do conceito. O ecossistema mais famoso do mundo é o Vale do Silício, na Califórnia, que engloba uma área gigantesca em toda a região da Baía de São Francisco. É um modelo que funcionou lá, mas é preciso adaptação e evolução”, explica Rocha.
Curitiba e Florianópolis
Em relação aos cases de Curitiba e Florianópolis, já se discute essa expansão geográfica para não limitar seus efeitos. “Tudo começa com uma boa universidade, afinal o material humano, as competências e talentos são fundamentais em um polo universitário. A criação de uma cultura de inovação acaba sendo consequência de todo esse movimento. Foi o que se deu com o ecossistema curitibano, a partir do lançamento do Vale do Pinhão, iniciativa que vem sendo premiada desde seu lançamento em 2017”, afirma o especialista, que alerta: “não estamos falando de um “egossistema”, problema que às vezes é comum em cidades menores, envolvidas em suas rotinas e problemas, que não pensam além do alcance da comunidade imediata.”
Smart City Expert
O tema Ecossistemas de Inovação e Living Labs faz parte de um dos módulos temáticos do programa Smart City Expert, com uma metodologia inovadora desenvolvida para capacitar gestores e servidores públicos no desenvolvimento de governos e cidades inteligentes, além da capacitação de empresários, autônomos, pesquisadores e representantes de entidades de classe e do terceiro setor.
“O programa foi desenvolvido com 360 horas certificadas, material didático (e-book), aulas imersivas, palestras e uma videoteca exclusiva. E está alinhada com o Programa Nacional de Capacitação das Cidades (PNCC), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) a partir do embasamento que a Carta Brasileira oferece para que qualquer município crie e implemente projetos de smart cities pelo Brasil”, detalha Mazzarolo Marques.
Criado em 2020 para suprir uma lacuna em formação profissional na área de cidades inteligentes, o curso Smart City Expert é uma formação executiva que além de capacitar profissionais do mercado, os conecta com projetos e negócios ligados a cidades inteligentes. O Expert foi o primeiro curso da iCities Academy, que lançou outros formatos de capacitação para governos inteligentes e negócios smart. Mais informações pelo site.
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito