Lançado no final de maio, em Brasília (DF), pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e sob a coordenação da Softex, o programa Hackers do bem pretende atingir um grande feito: qualificar, de forma gratuita, mais de 30 mil profissionais nas áreas de segurança da informação e de privacidade.

Para a efetividade e sucesso do programa serão investidos R$ 30 milhões em recursos da Lei de TIC, por meio do Programa Prioritário Nacional de Inovação (PPI). Mas como estão a segurança da informação e a privacidade dos cidadãos que, a todo momento, se veem desafiados com os constantes obstáculos relacionados à privacidade e à segurança de dados?

Ao entrar a fundo nesse tema, preciso falar sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), criada em 2020. Com o propósito de dar mais autonomia aos cidadãos acerca das suas informações pessoais, a LGPD permitiu que esses cidadãos possam escolher quais empresas farão o tratamento, com qualidade, dos dados que serão fornecidos. Na teoria funciona muito bem, mas na prática, após mais de dois anos de lançamento, essa segurança é credível? Na maior parte dos casos sim. A grande dor de cabeça é quando os dados são vazados. Mas porque isso acontece?

Primeiro é preciso entender o que significa Vazamento de Dados ou “data leak”. De forma clara, o vazamento incide no acesso indevido a dados sigilosos por pessoas não autorizadas. O data leak pode ocorrer por falhas no sistema ou por má fé, quando hackers invadem esses sistemas. Dados de um relatório divulgado pelo Centro de Recursos de Roubo de identidade (ITRC) indicam que em 2022 mais de 421 milhões de pessoas tiveram suas informações pessoais roubadas por cibercriminosos, um aumento de 42% com vários vazamentos advindos de grandes empresas.

O Brasil ocupou o 12º lugar entre os países com mais índices de vazamento de dados. Somente no primeiro trimestre de 2022, mais de 286 mil brasileiros tiveram seus dados expostos na internet. Os golpes de phishing e ransomware , de acordo com o relatório, estão entre os mais comuns em decorrência da exposição dos dados dos usuários.

Os hackers do bem veio em boa hora. Esses profissionais serão fundamentais para monitorar riscos e projetar respostas adequadas a cada um deles, além de evitar o vazamento de dados sigilosos por criminosos. Por possuir um valor estratégico no país, o programa, sem dúvida, vai fortalecer o ecossistema de cibersegurança.

A Softex, ao coordenar o Hackers do Bem, sabe da importância de iniciativas como essas, que estão ligadas diretamente com a proteção de um conjunto de informações, a fim de preservar o valor que possui para um indivíduo ou uma organização.