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Fusões e Aquisições: Oportunidade ou Armadilha para PMEs?

Entenda sobre M&A envolvendo pequenas e médias empresas

30 de maio de 2025 10:19
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Sua empresa seria comprada… ou liquidada?

Em 2024, o mercado brasileiro de Fusões e Aquisições registrou 1.476 transações, movimentando R$ 367,6 bilhões, um aumento de 21,2% no valor total investido em relação ao ano anterior, mesmo com uma leve queda de 1,5% no número de operações.

Apesar de o número de transações ter diminuído, o aumento no valor total investido indica que os negócios realizados foram de maior porte ou valor agregado. Esse cenário mostra que, mesmo em um ambiente desafiador, há espaço para PMEs bem estruturadas se destacarem e atraírem investidores.

Três exemplos recentes de M&A Envolvendo PMEs

  • TOTVS e Ahgora: A TOTVS adquiriu a Ahgora, empresa catarinense especializada em soluções de gestão de recursos humanos. A Ahgora se destacou por seu portfólio 100% SaaS e soluções inovadoras.
  • Conexa e Lina Saúde: A Conexa, uma healthtech brasileira, adquiriu a Lina Saúde, plataforma de inteligência de dados para gestão de pacientes.
  • Ticket e RB Serviços: A Ticket, empresa de benefícios do grupo Edenred, adquiriu a RB Serviços, distribuidora de benefícios que dobrou a base de vale-transporte da Ticket para 700 mil pessoas.

Quando a fusão vira separação: os “divórcios corporativos”

Nem toda união estratégica termina bem. Em 2024, surgiram no Brasil diversos casos de fusão seguida de ruptura, principalmente no setor varejista. O exemplo mais emblemático foi o da Azzas 2154, criada com a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma. Em menos de um ano, os controladores enfrentavam um verdadeiro divórcio societário, com disputas de comando e incompatibilidade de estilos de gestão.

Outros casos incluem:

  • A turbulenta separação entre Mobly e Tok&Stok, que chegou aos tribunais;
  • A tentativa do grupo Casino de se desfazer do GPA, sinalizando possível fusão com a rede Dia;
  • A retirada de sócios importantes do Carrefour Brasil após sua saída da B3.

Esses casos mostram que, mesmo entre gigantes, a ausência de alinhamento cultural e governança compartilhada pode minar qualquer operação. E o que vale para grandes corporações, vale em dobro para as PMEs — que muitas vezes têm estruturas mais frágeis e dependência pessoal dos fundadores.

A Importância da Governança Corporativa

Empresas bem estruturadas, com Conselhos Consultivos ou de Administração ativos, são vistas com outros olhos no momento de uma negociação. O Conselho demonstra que a gestão é profissional, que há processos decisórios compartilhados e monitorados, e — principalmente — que existe uma cultura de continuidade e responsabilidade.

Para quem vende, ter um Conselho bem constituído significa maior valuation, transparência e confiança perante os investidores. Já para quem compra, o Conselho é um sinal de que aquela empresa não depende exclusivamente do fundador, tem uma gestão perene e alinhada com boas práticas, e que o negócio pode crescer com sustentabilidade após a aquisição.

Além disso, empresas com governança ativa tendem a inovar mais, a planejar melhor seu crescimento, e a se proteger contra riscos regulatórios e reputacionais. Tudo isso conta — e muito — na mesa de negociação.

E você, sócio ou gestora de PME: Sua empresa está sendo construída para durar… ou para ser vendida ao primeiro sinal de oportunidade? Você atrairia um bom comprador — ou um caçador de barganhas?

Talvez seja a hora de pensar em profissionalizar a gestão e formar um Conselho. Afinal, M&A não é só transação. É estratégia, reputação e legado.

(Referências: portal Fusões&Aquisições)

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