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O conceito cresce no país, mas ainda é necessário auxiliar pequenas e médias instituições a criarem maturidade para utilizar esse nível de tecnologia
A tecnologia vem evoluindo a passos largos em toda a sociedade, e para a saúde não é diferente. Com diversas ferramentas e soluções tecnológicas, uma antiga preocupação voltou a ganhar foco: a de humanizar os processos assistenciais e tornar o paciente o centro das decisões.
Assim surgiu o que chamamos de Saúde 5.0, que consiste em aproximar o paciente e a instituição de saúde, seja com os médicos ou outro profissional responsável por sua ida ao ambiente.
“Anterior a essa fase, tem a Saúde 4.0, que principalmente por causa da pandemia, revolucionou o setor com telemedicina, IOT e inteligência artificial em diagnósticos, tudo para deixar o atendimento mais ágil e assertivo. Agora com a Saúde 5.0 o foco é total no bem-estar do paciente, implementando soluções que promovam ele a protagonista nesse momento”, afirma Pedro Burguesan, cofundador e diretor de inovação da Weknow Healthtech, empresa especializada em inteligência de dados para o mercado da saúde.
Entretanto, apesar do conceito ser amplamente discutido e ser considerado como uma das maiores tendências para a Saúde, o mercado brasileiro está um passo atrás. “Enquanto nós temos grandes operadoras de saúde investindo milhões em inteligência artificial preditiva e aplicativos mobile para os pacientes, a grande maioria dos hospitais ainda patinam com a implantação do prontuário eletrônico e a sua gestão financeira”, ressalta Pedro.
Essa discrepância mostra que estas instituições, por mais maduras que sejam, ainda não estão prontas para investir nas tecnologias de ponta. Um dos principais empecilhos para isso é que estes ambientes de saúde ainda não possuem soluções mais básicas para problemas mais urgentes.
Dessa forma, é preciso ter alguns cuidados ao desejar implementar esse conceito. Pedro alerta que existem diversas formas de iniciar um projeto de saúde em 5.0, e que cada um deles tem o seu valor, porém dependendo da maturidade em que está, pode trazer mais prejuízos do que retorno.
“Não existe só uma forma de fazer, como um padrão a ser realizado. Existem diversas soluções, e tem algumas que são mais caras que as outras. O ponto é: onde sua instituição está no momento? Caso ainda esteja no início, foque em buscar informações e analisar os gargalos da instituição, assim evitando que invista grande parte do seu faturamento e não tenha um retorno financeiro dentro do tempo que almeja”, salienta Burguesan.
Pedro argumenta que para fazer esse cenário evoluir ainda mais no país, é necessário que o mercado dê uma atenção maior para os hospitais de pequeno e médio porte, para que estes possam criar a maturidade necessária para futuramente investir em novas tecnologias e adotar o conceito de ser 5.0.
“Não adianta criar um projeto 5.0 se o ambiente não tem nem seus dados disponíveis. Existem soluções incríveis, mas que esbarram no desafio da falta de dados e processos caóticos. É necessário que o setor abrace essas instituições menores, para que possam atingir uma maturidade de acordo com os seus recursos disponíveis”, diz o cofundador da Weknow Healthtech.
Para que a saúde se torne mais moderna e acessível, é preciso que a realidade atual seja trabalhada, focando nas dores urgentes da maior parte das instituições, para que dessa forma, com recursos e maturidade, possa-se investir em transparência, conectividade e controle para o paciente.
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