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A nova revolução de Copérnico

A Sociedade dos Usuários de Tecnologia da Informação e Comunicação de Minas Gerais completa 25 anos | Artigo escrito em julho de 1993

2 de junho de 2025 08:59
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Por Epiphânio Camillo, Presidente do Conselho Diretor da SUCESU-MG 

“O vácuo é tão concreto quanto os corpos sólidos.” (Ítalo Calvino, 1923-1985) 

Em agosto próximo a SUCESU-Minas completará 25 anos. É um período relativamente curto para muitos segmentos. Não o é, entretanto, para o setor da  Informática. Há vinte e cinco anos a tecnologia nessa área, se comparada com o  atual estágio de desenvolvimento, apenas começava: os grandes computadores  possuíam potência menor da que hoje temos à nossa disposição em circuitos  eletrônicos de calculadoras ou em aparelhos disponíveis e ao alcance de quase  todos. 

O desenvolvimento tecnológico foi surpreendente e expande-se a uma  velocidade tal que não permite, mesmo aos técnicos mais atualizados, previsões  para um futuro não superior a dois anos: após isso, tudo que se disser pode  situar-se na seara da ficção científica. 

Há uma diária, maciça e sistemática avalanche de novidades: são novos  equipamentos, novos circuitos, programas e utilizações cada vez mais eficientes e  abrangentes. A tecnologia da imagem cresce e se populariza cada vez mais e a  Realidade Virtual já tem suas primeiras aplicações práticas disponibilizadas no  mercado, abrindo novos e outros horizontes de uso cujo alcance ainda não  podemos delimitar, tantas são as opções, alternativas e possibilidades de colocá-la a serviço de nossas necessidades. 

É na facilidade da utilização – o que denomino de Tecnologia do Uso – que  teremos mais impactos: os sistemas, programas e equipamentos terão  características cada vez mais amigáveis, focos direcionados a permitir que o  consumidor comum, não especialista, possa beneficiar-se dessas conquistas,  usando de poderosas ferramentas para delas se servir a qualquer tempo, da forma  que desejar. A Era do Usuário, que apenas está começando. 

Há apenas vinte e cinco anos o computador e os especialistas eram o centro da  competência em torno do qual giravam os interesses e as necessidades dos  Usuários. A (r)evolução tecnológica proporcionou que hoje o papel desses  instrumentos, dessas ferramentas, passassem a girar primariamente em torno dos  interesses dos Usuários, e ficassem a reboque de suas necessidades e de suas  vontades. É uma revolução comparável à teoria heliocêntrica de Nicolau  Copérnico (1473-1543).

A SUCESU-Minas, naquela época de tantas perplexidades, já vislumbrava que  essa condição seria o fundamento para revoluções inovadoras. 

Criada para valorizar e colocar o Usuário como centro e principal componente  dessa tecnologia, incentivou, ao longo desses anos, a difusão das várias  oportunidades derivadas do avanço tecnológico e promoveu fóruns para debates  e capacitação onde o Usuário pudesse colocar suas demandas e, mais que  solicitar, exigir que as ofertas do mercado a elas satisfizessem. 

Numa época – há vinte e cinco anos! – em que o consumidor era o mais frágil  elo do ciclo produtivo, e a sociedade passava pela perplexidade do advento de  novo totem da civilização – o computador –, que era o principal motivo que  orientava quase todas as políticas e investimentos do governo e da sociedade em  geral, a SUCESU-Minas traçou toda sua orientação estratégica no sentido de  alertar e buscar espaços para que o Usuário pudesse se fazer ouvir. 

Parece conseguimos! 

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Julho/1993

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