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Por que as startups tem crescido tanto?

Fundos de investimento de empresas para startups disparam no Brasil.

9 de junho de 2022 15:26

Segundo um levantamento da consultoria Brain & Company, o Brasil tem acompanhado, nos últimos anos, uma disparada no número de fundos de investimento criados por grandes empresas. A pesquisa indica que o país saltou de nove CVCs (Corporate Venture Capital) em 2015, para 73 em 2021, com tendência para ultrapassar ainda em 2022 a marca dos 100. Mas por que, afinal, esse modelo tem crescido tanto no país?
A primeira explicação para isso é um olhar para o que acontece no restante do planeta. Nos Estados Unidos, por exemplo, CVCs representam 0,45% do PIB (produto interno bruto) do país. No Brasil, além de o valor absoluto ser menor, existe uma defasagem na proporção: 0,14%. “Temos acompanhado nos últimos anos um desenvolvimento significativo desse tipo de fundo no Brasil, mas ainda estamos muito aquém do volume registrado em outros países. Essa comparação nos permite inferir que existe caminho para um crescimento ainda maior”, aponta Carlos Junior, fundador e CEO do Grupo Sai do Papel, ecossistema que desenvolve ideias e negócios de referência no segmento de inovação.
Investidor há décadas e eleito pela Associação Brasileira de Startups um dos dez melhores mentores do país, o executivo tem participado ativamente desse movimento. O próprio Grupo Sai do Papel tem uma unidade de negócio, a SdP Capital, que ajuda empresas a implementarem CVCs. “Trabalhamos com a construção e a gestão dos fundos para que exista um alinhamento de cultura organizacional em um processo ágil e autônomo”, completa Junior.
Nos últimos anos, os CVCs também têm sido impulsionados pelo contexto econômico. Com juros em alta no Brasil e no exterior, investidores estão menos afeitos ao risco. No entanto, startups e novos negócios seguem em busca de aporte para viabilizar suas operações. A relação entre necessidade constante e redução de recursos disponíveis criou um cenário propício para fundos atrelados a companhias, que normalmente possuem maior lastro de investimento e conseguem aproveitar as condições de negociação.
Outro fator relevante para a alta dos CVCs é o potencial de retorno. Segundo a ABStartups (Associação Brasileira de Startups), o mercado brasileiro de startups tem um tempo médio de retorno próximo de sete anos e um retorno em torno de cinco vezes superior ao valor investido, com TIR (Taxa Interna de Retorno) de 26,7%. Os números corroboram a tepria de diversificação de portfólio de Harry Markowitz, vencedor do Prêmio Nobel em 1990.
“Startups têm um papel estratégico em um portfólio diversificado. São empreendimentos que podem oferecer resultados significativos, mas também abrem portas para resultados que vão além do dinheiro. É um caminho para quem busca aportar recursos em ideias com potencial de impacto social ou para quem deseja aumentar sua rede de conexões, por exemplo”, sinaliza Carlos Junior.

 

*Grupo Sai do Papel

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