Publicidade

Inteligência Artificial auxilia no diagnóstico rápido de lesões

Tecnologia implantada em hospitais estaduais analisa tomografias e ‘poupa’ 40 minutos para detectar fraturas; tempo cai de 2 horas para 1h20 com software implantado pela FIDI

4 de outubro de 2021 10:52

Hospitais da Secretaria de Estado da Saúde conseguiram reduzir em 34% o tempo de diagnóstico de lesões graves na coluna cervical por meio de Inteligência Artificial, capaz de “economizar” 40 minutos na detecção de fraturas por meio de tomografia. É o que mostra um balanço inédito divulgado pela pasta.

Com esta ferramenta, foram analisados mais de 6 mil exames da coluna vertebral entre 2019 e 2021, possibilitando o rápido diagnóstico de possíveis lesões graves ou fraturas na coluna cervical e, consequentemente, priorizando o atendimento desse grupo e auxiliando a reduzir eventuais sequelas.

Trata-se de um software utilizado neste tipo de exame computadorizado realizado na coluna cervical de pacientes atendidos em hospitais estaduais, implantado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem na rede pública de saúde.

A ferramenta está em uso no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Hospital Regional de Osasco e Hospital Geral de Pedreira, localizados na Grande São Paulo. Segundo o diretor do HR de Osasco, Jorge Farah, um dos principais serviços de referência para traumas, o resultado otimiza a assistência. “Nosso hospital é referência para trauma e esta tecnologia nos ajuda a otimizar e qualificar o atendimento a cada paciente”, afirma.

Para esta iniciativa, a Fundação mantém parceria com a startup AIDOC, focada em aplicar inteligência artificial à radiologia e responsável por identificar condições urgentes e com risco de sequelas graves ou morte nas tomografias computadorizadas. “O desenvolvimento tecnológico foi pensado para o benefício do paciente. Com a ferramenta, agilizamos e reforçamos o atendimento de pessoas com quadro mais grave para o especialista ter conhecimento das prioridades, algo que nem sempre é visível antes da análise de cada exame”, pontua o médico radiologista e Superintendente de Inovação e Dados da FIDI, Igor dos Santos.

A agilidade para identificar e tratar estas lesões é fundamental. De acordo com Igor, “a fratura no alto da coluna, ou seja, na cervical, pode causar a perda parcial ou total da sensibilidade e dos movimentos do corpo, mas a identificação rápida do dano feita pelo sistema possibilita maiores chances de uma recuperação efetiva.”

Inteligência Artificial na prática

O processo segue o seguinte fluxo: após a realização da tomografia na coluna vertebral no hospital, as imagens seguem para o servidor da FIDI, que identifica o exame da coluna cervical, anonimiza os dados do paciente e a envia para o servidor da AIDOC na nuvem. As imagens são devolvidas para o servidor da FIDI com as marcações das lesões, se houver.

O exame é identificado novamente com os dados do paciente e segue para a central de laudos da Fundação. Lá, o sistema prioriza o exame que apresenta quadro grave, permitindo ao médico radiologista a análise e o laudo mais ágil, contribuindo para acelerar o atendimento ao paciente. Em seguida, o especialista que demandou o exame é notificado diretamente pelo celular, caso seja identificado um achado grave.

Com o mesmo intuito, a tecnologia também analisa outras tomografias, como a de crânio e tórax. O projeto completo está presente não somente em hospitais públicos de São Paulo, mas também em Goiânia.

Sobre a FIDI

Fundada em 1985 por médicos professores integrantes do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina – atual Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) -, a FIDI é uma Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas. Com 1.910 colaboradores e um corpo técnico formado por mais de 500 médicos, a FIDI está presente em 76 unidades de saúde nos estados de São Paulo e Goiás, e é a maior prestadora de serviços de diagnóstico por imagem do SUS, realizando aproximadamente 5 milhões de exames por ano, entre ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios-X e densitometria óssea.

A Fundação também trabalha na proposição de soluções inovadoras para a saúde pública, como o sistema de análise de imagens de tomografia computadorizada por inteligência artificial, e participou da primeira Parceria Público-Privada de diagnóstico por imagem na Bahia. Por duas vezes, a FIDI recebeu o prêmio Referências da Saúde 2019 e 2020, na categoria Qualidade Assistencial, e por três vezes foi medalhista em desafios internacionais de aplicação de inteligência artificial no diagnóstico por imagem, propostos na conferência anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia, considerado o maior congresso do setor no mundo. Ao final de 2020, a Central de Laudos da FIDI obteve a certificação ISO 9001:2015 de Gestão da Qualidade, pela International Organization for Standardization e, em 2021, recebeu o selo de “Excelente Empresa Para se Trabalhar” (GPTW).

Publicidade

Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito