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Pesquisa Panorama 2026 da Amcham & Humanizadas apresentada nesta quinta no Amcham Talks de Campinas revela que a maioria das companhias não consegue transformar discurso em impacto real
A Amcham Brasil, em parceria com a Humanizadas, lançou nesta quinta-feira (25), durante o Amcham Talks 2025, realizado em Campinas (SP), a pesquisa Panorama 2026, que ouviu 629 executivos de médias e grandes empresas, representando mais de 592 mil colaboradores.
O estudo revela que, embora a Inteligência Artificial (IA) tenha se consolidado como prioridade número um para 2026, 77% das companhias ainda investem até 2% de seu orçamento na tecnologia. Apenas 9% afirmam investir acima de 5%, e 61% dos líderes dizem não ter percebido impacto relevante até agora. Apenas 3% conseguiram transformar a IA em novas receitas ou vantagem competitiva.
“O Panorama 2026 revela um paradoxo claro: a Inteligência Artificial é a prioridade nº1 das empresas no Brasil, mas o investimento ainda não acompanha o discurso. A empresa que não investir nem aprender a criar modelos e processos a partir das oportunidades tecnológicas que a IA oferece desde já abrirão uma lacuna que poderá inviabilizar a competitividade do seu negócio”, afirma Marcelo Rodrigues, Diretor Executivo de Inovação e Novos Negócios da Amcham Brasil.
Uso ainda concentrado em áreas táticas
O estudo mostra que a aplicação da IA nas empresas brasileiras está mais presente em áreas ligadas ao cliente:
59% em Atendimento e Experiência do Cliente
54% em Marketing e Vendas
Já em funções estratégicas, o uso é limitado:
38% em Finanças
38% em Estratégia de Negócio
29% em RH e Sustentabilidade
Além disso, quando se trata de agentes autônomos – sistemas capazes de tomar decisões sozinhos – 83% das empresas afirmam utilizá-los apenas em tarefas simples ou sequer planejam adotá-los até 2026.
“Muitas empresas ainda estão vendo a IA como algo a ser adicionado ao processo que já existe e assim não conseguem extrair valor, enquanto o impacto será muito mais profundo e útil para as empresas que redesenharem seus processos a partir do que a tecnologia permite. É preciso avançar para que a IA deixe de ser a finalidade em si e se torne o motor de transformação e crescimento”, complementa Rodrigues.
Barreiras organizacionais superam limitações técnicas
Três grandes fatores explicam por que a IA ainda não gera impacto estrutural:
64% apontam falta de capacitação técnica das equipes
52% citam ausência de estratégia clara de uso
43% mencionam baixa qualidade dos dados internos
“Os maiores desafios para o avanço das empresas brasileiras não são apenas tecnológicos, mas humanos e organizacionais. A dificuldade em executar a estratégia, a resistência cultural e a falta de liderança preparada superam, inclusive, as limitações de acesso à tecnologia”, analisa Rodrigues.
Assessoria
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito