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Pesquisa mostra que 78% das organizações já usam IA em pelo menos uma função de negócios; porém, 74% ainda têm dificuldade para alcançar e escalar valor com seus investimentos em IA
A inteligência artificial (IA) tornou-se parte integrante das operações corporativas em praticamente todos os setores. No entanto, apesar da adoção generalizada, muitas empresas enfrentam dificuldades para converter o investimento em transformações concretas. Um problema que vai além da tecnologia: está na cultura, no preparo dos líderes e no nível de maturidade analítica das equipes.
Embora 72% das empresas já tenham adotado tecnologias de IA em 2024, segundo pesquisa da McKinsey, quase metade delas não consegue demonstrar valor concreto com essas implementações. Um levantamento do World Economic Forum indica que 40% das habilidades exigidas da força de trabalho global mudarão nos próximos cinco anos, criando um cenário de ansiedade e resistência nas organizações.
“Os desafios culturais manifestam-se principalmente através da resistência à mudança, onde lideranças e colaboradores frequentemente veem a IA como uma ameaça, não como uma oportunidade de potencialização. Simultaneamente, os silos organizacionais impedem que áreas de negócios e tecnologia operem de forma integrada, dificultando a incorporação estratégica da IA aos processos decisórios”, explica Paulo Simon, Vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Keyrus no Brasil.
Mesmo com abundância de dados disponíveis, muitas organizações ainda dependem de decisões baseadas em intuição, desperdiçando o potencial analítico ao seu alcance. Por fim, a maturidade analítica insuficiente das equipes cria uma barreira adicional, já que falta a base necessária para interpretar e aplicar insights gerados por sistemas de IA.
Esses obstáculos criam um paradoxo: organizações investem massivamente em tecnologia, mas não conseguem extrair seu valor devido à falta de preparação humana e cultural.
Cinco pontos para entender a importância da alfabetização em IA
“O AI Literacy emerge como resposta estratégica a esses desafios. Diferentemente de treinamentos técnicos convencionais, funciona como um agente de mudança organizacional, capaz de elevar não apenas o nível técnico dos times, mas também a maturidade analítica e a confiança na tomada de decisão”, destaca Paulo Simon.
Segundo o relatório The State of Data & AI Literacy 2025, da DataCamp, a alfabetização em IA tornou-se a competência que mais cresce em importância entre executivos C-Level. O Vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Keyrus no Brasil destaca sinco pontos para entender a importância do aprendizado em IA nas empresas.
1. Transformação da mentalidade organizacional
O AI Literacy quebra a percepção da IA como “caixa-preta” inacessível, democratizando o conhecimento e criando uma cultura de curiosidade e experimentação. Quando líderes compreendem os fundamentos, limitações e potenciais da IA, naturalmente engajam suas equipes na jornada de transformação.
2. Desenvolvimento de maturidade analítica
Organizações com programas estruturados de AI Literacy desenvolvem capacidade sistemática de coletar, interpretar e aplicar dados nas decisões estratégicas. Esse amadurecimento analítico cria um DNA orientado por evidências, transformando intuição em inteligência estratégica.
3. Fortalecimento da confiança decisória
Líderes alfabetizados em IA tomam decisões mais assertivas, baseadas em insights sólidos. Essa confiança se propaga pela organização, criando um ambiente onde a experimentação inteligente substitui a paralisia analítica.
4. Espaço para inovação e aumento da curva de aprendizado
A educação contextualizada emerge como pilar fundamental, conectando conceitos abstratos de IA às realidades específicas de cada setor através de casos de uso práticos que demonstram impacto tangível. Paralelamente, a criação de ambientes de experimentação segura permite que líderes testem ferramentas de IA sem riscos operacionais, acelerando significativamente a curva de aprendizado através da experiência hands-on.
5. Cultura de inovação sustentável
Ambientes que priorizam AI Literacy tendem a adotar ciclos contínuos de aprendizado e inovação. O relatório State of Data & AI Literacy 2025, da DataCamp, mostra que 69% dos executivos identificam a alfabetização em IA como a habilidade de crescimento mais rápido em importância estratégica.
Como implementar a alfabetização em IA nas empresas?
“A implementação bem-sucedida de programas de AI Literacy requer uma abordagem integrada que vai além de treinamentos técnicos convencionais. A experiência demonstra que as iniciativas mais eficazes tratam a alfabetização em IA como um programa abrangente de transformação organizacional, combinando diferentes estratégias complementares”, explica Paulo Simon.
Programas de mentoria colaborativa vêm ganhando espaço nas empresas ao conectar diferentes gerações: enquanto profissionais mais jovens trazem domínio tecnológico, executivos seniores oferecem visão estratégica e experiência de gestão. A combinação acelera a curva de aprendizado e aproxima a inovação da prática. Em paralelo, parcerias com universidades e centros de pesquisa mantêm os programas atualizados, garantindo acesso a conhecimento de ponta e às tendências mais recentes do mercado.
Resultados concretos: o valor tangível da transformação
“Organizações que implementam programas estruturados de AI Literacy alcançam resultados mensuráveis e transformadores. A melhoria na tomada de decisão representa outro benefício concreto, com empresas que possuem líderes alfabetizados em IA reduzindo significativamente o tempo entre insight e ação, criando vantagem competitiva sustentável. Paralelamente, observa-se a criação de uma verdadeira cultura de inovação, onde ambientes que priorizam o AI Literacy desenvolvem naturalmente mentalidade experimental, com equipes mais dispostas a testar hipóteses e escalar soluções inovadoras”, indica Simon.
O investimento de R$ 23 bilhões do governo brasileiro no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) demonstra a urgência nacional dessa transformação. Organizações privadas que anteciparem essa tendência estarão melhor posicionadas para capturar as oportunidades emergentes.
A jornada para desenvolver AI Literacy exige comprometimento, mas os resultados justificam o investimento, segundo Paulo Simon. “Começa com conscientização, evolui através de educação prática e culmina na transformação organizacional completa. O AI Literacy representa mais que capacitação técnica: é o catalisador que transforma organizações reativas em líderes proativos da era digital. Empresas que abraçarem essa jornada hoje serão as arquitetas do futuro de seus mercados”, conclui o especialista.
Assessoria
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito