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Com grandes investimentos, setor reúne engenheiros e cientistas que desenvolvem tecnologias com potencial de impactar diversas áreas do cotidiano da população mundial
O setor espacial está em franca ascensão, e as projeções são impressionantes: até 2035, o mercado espacial deverá movimentar US$ 1,8 trilhão, um crescimento expressivo em comparação com os US$ 630 bilhões de 2023, segundo estimativas do World Economic Forum.
Esse crescimento é impulsionado por um ecossistema robusto, que inclui gigantes como SpaceX e Blue Origin, além de centenas de startups inovadoras. O espaço, antes visto como uma fronteira distante, tornou-se um catalisador de inovações que impactam diretamente a vida na Terra e não são mais apenas parte de produções de Hollywood.
“O espaço não é mais uma fronteira isolada. As inovações que nascem lá estão transformando a vida aqui na Terra”, afirma Rebeca Gonçalves, astrobióloga brasileira e pioneira na pesquisa sobre agricultura espacial. De acordo com ela, os recursos financeiros e tecnológicos disponíveis para o setor aceleram o desenvolvimento de soluções que, em outras áreas, poderiam levar décadas.
Tecnologias como GPS, wi-fi e câmeras de celulares derivaram de pesquisas espaciais, e essa influência só tende a crescer, afetando setores como telecomunicações, transporte, energia e, claro, a agricultura.
Os impulsionadores do setor espacial
De acordo com o relatório do World Economic Forum, quatro principais fatores estão impulsionando a crescente presença do espaço na vida cotidiana:
Tecnologia espacial na Terra
O impacto das tecnologias espaciais vai muito além da exploração de novos planetas. “O espaço oferece soluções estratégicas que podem ser aplicadas diretamente aqui na Terra, desde telecomunicações até monitoramento climático e a gestão de desastres naturais”, destaca Rebeca.
Conforme destaca Rebeca, a área espacial de observação da Terra, feita por satélites orbitais, é indispensável para o monitoramento da saúde do planeta em relação às mudanças climáticas, como o monitoramento de temperatura e níveis do oceano, gases de efeito estufa na atmosfera e desmatamento de áreas preservadas. “Sem esses dados, seria impossível identificar, diagnosticar e remediar as mudanças climáticas do nosso planeta”.
Entre as várias áreas beneficiadas, a agricultura espacial é outro exemplo importante. “Estudos sobre como culturas reagem a condições extremas no espaço têm ajudado a otimizar a produção agrícola na Terra, especialmente na área de regeneração de solos degradados e cultivo de plantas independentemente do clima, secas ou inundações”, explica Rebeca.
Embora o Brasil tenha um enorme potencial nesse campo, a cientista reforça a necessidade de ampliar investimentos e parcerias público-privadas para que o país possa tirar proveito total das inovações espaciais.
Estudos sobre como culturas reagem a condições extremas no espaço têm ajudado a otimizar a produção agrícola na Terra
O futuro da economia espacial
Com o crescimento contínuo do setor, a economia espacial se posiciona como uma das principais forças matrizes para o desenvolvimento tecnológico e econômico global nas próximas décadas.
“O espaço está se tornando o motor do desenvolvimento global, e o Brasil precisa estar pronto para tirar proveito disso”, conclui Rebeca. “Estamos construindo o futuro da Terra a partir do espaço, e não podemos ficar de fora dessa jornada.”
Ainda segundo Rebeca Gonçalves, a nova corrida espacial não se trata apenas da exploração de novos horizontes e novas descobertas científicas, mas da construção de um futuro mais conectado, inovador e, principalmente, mais sustentável para toda a humanidade.
Assessoria
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