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Nos últimos anos, o tema ESG se tornou mais relevante e presente nas empresas e na mídia brasileira.
*Por Sérgio Buani
Nos últimos anos, o tema ESG se tornou mais relevante e presente nas empresas e na mídia brasileira. Não poderia ser diferente nos ambientes de inovação. Apesar do ‘boom’, não acredito que seja algo passageiro – muito pelo contrário, é um conceito que chegou para ficar. Não há mais como desconsiderar esses pontos nos setores corporativos.
Apesar do ESG estar se tornando um mantra na maior parte das empresas, independentemente do tamanho ou nicho de atuação, percebo que o S, de responsabilidade social, muitas vezes não recebe a mesma atenção que seus pares na sigla (environmental, social and corporate governance ou ambiental, social e governança corporativa).
Para obter sucesso nesse quesito, é necessário que os ambientes de inovação e as empresas avaliem sua responsabilidade nesse ponto e compreendam a importância de trabalhar em prol do social, indo além do desejo de maximizar lucros. É importante que esses personagens identifiquem que a sustentabilidade tem que ser trabalhada também pela ótica social, e não somente econômica, financeira e ambiental.
Apesar de muitas vezes receber menos luz e atenção, é importante entender que é impossível falar sobre sustentabilidade sem olhar para questões sociais. De nada adianta, por exemplo, a promoção de ações para diminuir os danos ambientais sem a adoção de ações que desenvolvam as comunidades locais ou sem a preocupação com impactos sociais, como a geração de empregos e desenvolvimento da economia local. Nesse sentido, o Parque Tecnológico São José dos Campos, ainda muito cedo, começou a perceber a importância de, antes de olhar para longe, desenvolver métodos para melhorar a vida de quem está próximo.
Foi assim que nasceu o Empreenda On, programa de capacitação e desenvolvimento de micro e pequenos empreendedores de bairros afastados dos grandes centros comerciais, realizado em parceria com o Sebrae, Senac, Rotary Club Zona Leste, Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas) e a Prefeitura Municipal de São José dos Campos. A ideia é oferecer, de maneira totalmente gratuita, treinamentos, cursos, consultorias e mentorias focadas em auxiliar esses empreendedores no crescimento dos seus negócios, incentivando, assim, a economia local e, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico da região.
Este é apenas um exemplo de programa voltado para a questão social que obteve sucesso, já que, em menos de um ano, duas microrregiões foram assistidas e cerca de 60 empreendedores receberam apoio. Você, gestor de ambiente de inovação ou empresário, pode se questionar: o que isso pode afetar e/ou mudar dentro da minha corporação? Como ações como essa contribuem para a economia e circulação de bens e serviços?
Essas ações indicam a visão da responsabilidade de um ambiente de inovação nesse sentido. Como um agente de conexões e catalisador de personagens envolvidos com inovação e empreendedorismo, esses ambientes criam mecanismos para que a cultura ESG seja vista pela ótica do investimento e consolidação da marca, impulsionando o crescimento e fortalecendo a credibilidade, e que também o “S” da sigla seja inserido na agenda de discussões sobre o tema.
A questão principal é que o ESG vai muito além de ser positivo para a imagem de uma empresa – embora, ainda tenha, sim, o poder de melhorá-la. Hoje já percebemos o impacto no status econômico, tornando as corporações mais poderosas e competitivas, atraindo, assim, mais investidores e investimentos.
É necessário estar atento a esse movimento global – caso contrário, encontrará enormes dificuldades para se manter relevante. Soma-se a isso fatores que exercem força sobre o tema, como mudança do público consumidor e investidor, que passam a dar atenção para essa agenda de discussões e buscam empresas alinhadas com o tema.
Por isso, afirmo, sem dúvida nenhuma, para todas as empresas e ainda mais aquelas que se consideram ou querem se transformar em ambientes focados em inovação e tecnologia: reconheça que estamos vivendo um novo cenário, com novos consumidores e investidores, com muito mais consciência social e ambiental. Foque no ESG, pois irá impactar, de todas as maneiras, na ordem financeira e na consolidação do seu negócio.
*Sérgio Buani é Diretor de Operações do Parque Tecnológico São José dos Campos
Desenvolvido por: Leonardo Nascimento & Giuliano Saito